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Maceió: uma viagem no tempo e no espaço

Abril 26, 2010

 

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Em busca do luxo verdadeiro, aquele que é sentido na alma, aproveitei o feriadão desta semana e fui conhecer a terra de meu querido amigo Erik. Quando nos conhecemos ele profetizou: você tem que conhecer minha mãe! E fiquei com aquilo na cabeça, já que vejo na mãe de cada amigo meu um pouquinho da minha. E lá fui eu, encontrar tia Graça com plaquinha no aeroporto foi digníssimo, aquele abraço que só os nordestinos sabem dar, e fui sentindo aquela brisa morna. Primeiro fomos na Sorveteria Bali, que tem 70 sabores, eu provei sorvete de jaca, cajá e sapoti. Hmmmmm!

Tia Graça mora numa cidade vizinha de Maceió, então no caminho fui percebendo um pouco da cidade: muitos coqueiros, a água do mar mais clara que já vi na minha Vida, prédios antigos lindos e mal cuidados, e a sensação de que o cuidado com a infraestrutura acaba assim que saímos da orla à beira-mar. É fato: se sairmos da avenida principal o asfalto fica esburacado, a sinalização urbana é deficiente, e segundo os próprios moradores a criminalidade aumenta. Fato é que Alagoas é hoje o estado mais violento do Brasil.

Mas o foco aqui é o que dá certo: então falemos do artesanato da cidade, que é referência mundial (sim, mundial) em termos de artesanato de luxo. Ver artigo http://www.andredametto.com.br//artigos//artesanato_luxo.pdf  Destaque para a renda filé, típica de Maceió, feita com trançado de rede de pescador, usando linha de todas as cores. Há também outros tipos de trançado: rendendê (mais trabalhado), richelieu (mais fino, usado na moda de alta costura), labirinto e Renascença. As fotos explicam melhor que eu.

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As comidas também foram ponto alto da viagem: tapioca de diversos sabores (provei de charque e queijo coalho, hmmmm), fritada de siri, sururu, caldinho de camarão, e até ceviche em restaurante peruano eu comi (www.wanchako.com.br). Finalmente, e o que mais me marcou, foram as praias. Águas calmas, areia bem clara, quiosques com comidinhas deliciosas e que nunca deixam você de copo vazio. Recomendo a praia de Ponta Verde.

Mais que no espaço, viajei no tempo. Maceió parece ainda pertencer a um Brasil de Capitanias Hereditárias onde há muito para poucos, e pouco para muitos. A cidade é ex-tre-ma-men-te conservadora: busquei opções mais descoladas de lazer e não obtive muito êxito. Parece que ainda só há uma loja de cada especialidade, exigindo que o consumidor mais exigente precise ir a Recife para compras mais ousadas. Bem, e o luxo carioca? A lição que fica para o Rio é a do artesanato local e seu desenvolvimento num conceito maior de negócio. Devido a empreendedores mais ousados, souberam identificar a vocação da cidade, desenvolvê-la e exportá-la nos canais certos. E deixo a pergunta: se o Filé está para Maceió, o que estaria para o Rio de Janeiro? Creio que haja mais de uma resposta, felizmente. Que venham mais viagens.

André Dametto

2 comentários leave one →
  1. maria das graças permalink
    Abril 26, 2010 10:53 pm

    Meu querido
    Há quem saiba pintar com tintas e cores, esculpir com cinzel e há aqueles que sabem expressar o que sentem no coração. Você é um desses que não deixam passar os detalhes e faz deles um canal que leva o colorido até onde esse possa alcançar.
    É isso! senti as cores de minha cidade e provei da alegria de vê-las seguindo pelo mundo a fora.
    Obrigado pelas palavras gentis.

  2. Cristina permalink
    Abril 28, 2010 2:05 pm

    Oi, amigo! Não tenho certeza se o email é publicado no blog ou não, mas acabei de falar contigo que achei o máximo a proposta da palestra!
    Adorei tb a proposta do blog! E mais show ainda – EU TB CONHEÇO A CONSTANCE ESCOBAR! Tudo a ver referenciar o blog dela!
    bjs

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